terça-feira, 6 de outubro de 2009

TERNO DOS SANTOS REIS

Minha irmã Simone Nunes é uma garimpeira das manifestações culturais, folclóricas, políticas, educacionais, religiosas e outras que formam a história de Tiririca. Tem um baú cheio de preciosidades e, forneceu algumas, para que eu passasse, em forma de conta-gotas, ao distinto e sedento público.

Como o Natal vem chegando, um texto com o tema.
Experimentem:


Os Ternos de Reis apresentam-se em ruas e praças, visitando lares no período de Natal, Ano Novo e Dia de Reis. Aqui em Itiruçu temos alguns grupos que, apesar das dificuldades, ainda se apresentam neste período. É uma tradição bonita, que dá prazer de ouvir, nos remetendo à infância, a um tempo em que Papai Noel colocava presente nos sapatos enfeitados de flores... E no dia seguinte as crianças iam para os passeios, para o jardim, brincar e mostrar suas bonecas, seus carrinhos aos amigos... Faz-nos relembrar de um tempo de paz, numa Itiruçu ainda pequena, mas feliz.


1. Responsável por um grupo de Terno de Reis composto por oito homens acima de 40 anos, o Sr. Leandro Evangelista de Morais, aposentado, tem 75 anos. Desde 1999 sai de casa em casa cantando músicas de Santos Reis com bumbo, tambor, gaitas, triângulos, pandeiros e matraca. Todos se vestem iguais, com chapéus de palha enfeitados.


O Senhor Leandro conta: “Quando eu era novo, eu vadiava com meu pai. Eu comecei a sonhar com terno e no meu sonho me mandaram rezar em seis presépios; sem querer nada, e apareceu uma pessoa que ofereceu caixinha e a partir daí começou o Terno. O nome do grupo é Terno: Viva Meu Santo Reis. É uma manifestação para visitar toda a população, que anima muito, principalmente as crianças’. No grupo bate a matraca. Disse ser importante esta manifestação, pois “impõe respeito ao que sinto e tenho o carinho de todos”.







2. Um outro Terno de Reis é formado por nove componentes, sendo o Sr. Manoel Francisco Lima, conhecido como Seu Lé, aposentado, com 68 anos, um dos responsáveis. Tem sete anos de fundado. O trabalho é desenvolvido por “uma turma de amigos que sai para cantar. Antigamente tinha um casal que saía, aí eu saí com eles, ‘dispois’ de muitos anos eles morreram. Aí tinha um colega que me chamou para fazer um Terno, aí até hoje estamos brincando. Saímos dia de Natal, Ano Novo e encerra em Dia de Reis, 6 de janeiro. Fazemos isso porque gosto. Não temos apoio, mais temos vontade de sair, ir para outras cidades para fazermos apresentação, mas para isso acontecer tem que ter alguém pra dá apoio, só que não temos oportunidade, precisamos de pessoas que se disponha pagar tudo.”



Texto escrito em 2006.



Se algum dos preclaros ouvintes dispuser de uma foto dos Ternos de Reis de Itiruçu, mande para publicação através do fazendatiririca@gmail.com .

Um comentário:

S. disse...

Tenho fotos dos Ternos de Reis de Caetité!