quinta-feira, 23 de maio de 2013

IRIS, A TIM E A CÂMARA MUNICIPAL.


Íris, todos conhecem: é gerente da Ótica Clara, torcedor do Corinthians e cidadão de Itiruçu muito preocupado com a cidade e severo crítico das instituições públicas. Faz o que todo cidadão deveria fazer, protegido que é pela Constituição da República: reclamar os nossos direitos e cobrar as obrigações das autoridades constituídas. Quando ele acha que a autoridade está prevaricando, não pensa duas vezes vai à rádio e denuncia o que está errado no seu modo de ver as coisas. Me lembro que no governo de Carlinhos ele andou fazendo denúncias sobre o atendimento no serviço de saúde municipal. Usava a FM Itiruçu e soltava o verbo fazendo críticas ao prefeito. Detalhe: Íris era correligionário de Carlinhos. Aquilo era motivo de júbilo para a oposição. Os companheiros de Carlinhos o achavam traidor e criticavam-no. Mas Íris é Íris e seguia em frente, falando o que tinha que falar.
A TIM é uma gigante multinacional do ramo das comunicações que presta serviços de telefonia celular em Itiruçu. É a única operadora de celular do município. Milhares de pessoas usam o serviço da TIM diariamente em Itiruçu. É uma concessão pública a uma empresa privada para atender aos cidadãos, que em troca remuneram a TIM pelos serviços prestados. As comunicações englobam tantas atividades importantes para o país, que são consideradas pelo governo como atividade de segurança nacional. Hoje o cidadão depende tanto das comunicações como do ar que respira e dos alimentos que lhe nutre.
A Câmara Municipal é uma instituição, no caso da de Itiruçu, composta por nove vereadores eleitos soberanamente pelo povo. Qual a função da Câmara? Representar a população no sistema republicano composto de tres poderes: o judiciário, o executivo e o legislativo. Pois bem, é uma obrigação da Câmara e dos vereadores defender os direitos do povo.
Apresentados os personagens, vamos à história.
A TIM que deveria prestar (bons) serviços telefônicos ao povo deixou de fazê-lo a partir da sexta-feira, 18. Desde aquele dia até a terça-feira, 21, não se dava um pio nos celulares da empresa de telefonia móvel italiana.
Foi aí que, diante da mudez da operadora e da inércia das autoridades para cobrar da TIM o restabelecimento do serviço, Íris resolver dar um pio. Foi à rádio na segunda-feira, 20, e soltou o verbo. Cobrou das autoridades legislativas municipais uma ação que obrigasse a TIM a colocar voz nos celulares mudos. Afinal a cidade queria falar. Afinal as comunicações estavam interrompidas. Não tergiversou. Sem rodeios nem subterfúgios exigiu, nas ondas do rádio, que suas excelências, os vereadores, resolvessem o problema que angustiava milhares de cidadãos. 
BRAVO ÍRIS!
Mas que nada (como diria Jorge Ben, hoje Jorge Ben Jor)!
As Vossas Excelências na sessão legislativa da noite de terça-feira, 21, em vez de analisar a situação do caos instalado na telefonia local, reproduzida de boca em boca pelo povo e deliberar sobre a crítica situação, passaram a atacar o cidadão que exigiu que as autoridades cumprissem o seu dever.
Desceram o chicote no lombo de Íris: “... mas afinal quem é esse que vem afrontar a Egrégia Câmara de Impolutos Seres?”, perguntavam os indignados vereadores que a partir daí ocuparam a tribuna para malhar Íris tal qual os moleques malham Judas na noite de sábado de Aleluia.
A TIM, a errada, a descumpridora do seu dever, a enganadora, esta não recebeu sequer uma flechada dos bravos edis. Não atiraram uma pedrinha destas que a meninada atiram nos passarinhos. Nem sequer uma moção de repúdio pelos (péssimos) serviços prestados ao povo de Itiruçu foi proposta para a TIM, a gigante das comunicações. Não será surpresa pra mim se eles apresentarem uma moção de repúdio a Íris.
Íris sim é que se portou como um representante do povo. Atitudes como a de Íris devem ser louvadas e estimuladas, ao contrário da lastimável posição adotada pela nobre Câmara.
O gesto da Câmara foi de coibir e inibir a liberdade de expressão, a mais sagrada regra da democracia. Uma lástima! Só regimes totalitários e fascistas como os de Hitler, Stálin, Mao, Castro, et caterva, criam e desenvolvem dispositivos para calar a voz do povo.
Agora os vereadores falam em processar Íris, por entenderem que foram injuriados e difamados. E não foram. Eles, os vereadores, se acham serem supremos, imunes à critica, e não são. Eles, os vereadores, se acham superiores ao povo, e não são.
A Câmara deve ir de encontro ao povo, ouvir o povo, fazer pelo povo. Ir, quando necessário, contra a TIM, quando os celulares se calarem. 
Lembre-se, que neste episódio toda a população está contra a TIM e Íris foi um porta voz do povo. Quem está contra Íris, está a favor ou contra o povo?


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