Íris, todos conhecem: é gerente da
Ótica Clara, torcedor do Corinthians e cidadão de Itiruçu muito preocupado com
a cidade e severo crítico das instituições públicas. Faz o que todo cidadão
deveria fazer, protegido que é pela Constituição da República: reclamar os nossos
direitos e cobrar as obrigações das autoridades constituídas. Quando ele acha
que a autoridade está prevaricando, não pensa duas vezes vai à rádio e denuncia
o que está errado no seu modo de ver as coisas. Me lembro que no governo de
Carlinhos ele andou fazendo denúncias sobre o atendimento no serviço de saúde
municipal. Usava a FM Itiruçu e soltava o verbo fazendo críticas ao prefeito.
Detalhe: Íris era correligionário de Carlinhos. Aquilo era motivo de júbilo
para a oposição. Os companheiros de Carlinhos o achavam traidor e
criticavam-no. Mas Íris é Íris e seguia em frente, falando o que tinha que
falar.
A TIM é uma gigante multinacional
do ramo das comunicações que presta serviços de telefonia celular em Itiruçu. É
a única operadora de celular do município. Milhares de pessoas usam o serviço
da TIM diariamente em Itiruçu. É uma concessão pública a uma empresa privada
para atender aos cidadãos, que em troca remuneram a TIM pelos serviços
prestados. As comunicações englobam tantas atividades importantes para o país, que são consideradas pelo
governo como atividade de segurança nacional. Hoje o cidadão depende tanto das
comunicações como do ar que respira e dos alimentos que lhe nutre.
A Câmara Municipal é uma instituição,
no caso da de Itiruçu, composta por nove vereadores eleitos soberanamente pelo
povo. Qual a função da Câmara? Representar a população no sistema republicano
composto de tres poderes: o judiciário, o executivo e o legislativo. Pois bem, é
uma obrigação da Câmara e dos vereadores defender os direitos do povo.
Apresentados os personagens,
vamos à história.
A TIM que deveria prestar (bons) serviços
telefônicos ao povo deixou de fazê-lo a partir da sexta-feira, 18. Desde aquele
dia até a terça-feira, 21, não se dava um pio nos celulares da empresa de
telefonia móvel italiana.
Foi aí que, diante da mudez da
operadora e da inércia das autoridades para cobrar da TIM o restabelecimento do
serviço, Íris resolver dar um pio. Foi à rádio na segunda-feira, 20, e soltou o
verbo. Cobrou das autoridades legislativas municipais uma ação que obrigasse a
TIM a colocar voz nos celulares mudos. Afinal a cidade queria falar. Afinal as
comunicações estavam interrompidas. Não tergiversou. Sem rodeios nem
subterfúgios exigiu, nas ondas do rádio, que suas excelências, os vereadores,
resolvessem o problema que angustiava milhares de cidadãos.
BRAVO ÍRIS!
BRAVO ÍRIS!
Mas que nada (como diria Jorge Ben,
hoje Jorge Ben Jor)!
As Vossas Excelências na sessão legislativa da
noite de terça-feira, 21, em vez de analisar a situação do caos instalado na
telefonia local, reproduzida de boca em boca pelo povo e deliberar sobre a
crítica situação, passaram a atacar o cidadão que exigiu que as autoridades
cumprissem o seu dever.
Desceram o chicote no lombo de
Íris: “... mas afinal quem é esse que vem afrontar a Egrégia Câmara de Impolutos
Seres?”, perguntavam os indignados vereadores que a partir daí ocuparam a tribuna para malhar Íris tal qual os moleques
malham Judas na noite de sábado de Aleluia.
A TIM, a errada, a descumpridora
do seu dever, a enganadora, esta não recebeu sequer uma flechada dos bravos
edis. Não atiraram uma pedrinha destas que a meninada atiram nos passarinhos. Nem
sequer uma moção de repúdio pelos (péssimos) serviços prestados ao povo de
Itiruçu foi proposta para a TIM, a gigante das comunicações. Não será surpresa pra mim
se eles apresentarem uma moção de repúdio a Íris.
Íris sim é que se portou como um
representante do povo. Atitudes como a de Íris devem ser louvadas e
estimuladas, ao contrário da lastimável posição adotada pela nobre Câmara.
O gesto da Câmara foi de coibir e
inibir a liberdade de expressão, a mais sagrada regra da democracia. Uma
lástima! Só regimes totalitários e fascistas como os de Hitler, Stálin, Mao,
Castro, et caterva, criam e desenvolvem dispositivos para calar a voz do povo.
Agora os vereadores falam em
processar Íris, por entenderem que foram injuriados e difamados. E não foram.
Eles, os vereadores, se acham serem supremos, imunes à critica, e não são. Eles,
os vereadores, se acham superiores ao povo, e não são.
A Câmara deve ir de encontro ao povo, ouvir o povo, fazer pelo povo. Ir,
quando necessário, contra a TIM, quando os celulares se calarem.
Lembre-se, que neste episódio toda a população está contra a TIM e Íris foi um porta voz do povo. Quem está contra Íris, está a favor ou contra o povo?
Lembre-se, que neste episódio toda a população está contra a TIM e Íris foi um porta voz do povo. Quem está contra Íris, está a favor ou contra o povo?
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